A Liga Intercalar
Ora aqui está uma medida oportuna, que defende o futebol, as equipas e os jogadores. Porque permite que os jogadores menos utilizados não percam ritmo competitivo e os que abandonem períodos forçados de inactividade o recuperem mais rapidamente; porque permite diminuir tensões no interior dos planteis e dar visibilidade a um maior número de jogadores; porque permite defender e dar oportunidade a jogadores mais jovens, muitos deles tapados nos seus primeiros passos como seniores, contribuindo para o complemento da sua formação a um nível competitivo superior ao encontrado nas categorias inferiores.
A Liga Intercalar reedita os defuntos campeonatos de reservas ou torneios de início e de encerramento de época. Que terminaram há muito, fruto de uma decisão muito mais administrativa que técnica. Competições como esta sobrecarregam os clubes com mais jogos oficiais mas permitem aos mesmos rentabilizar os seus activos. Por isso, é redutor atribuir-se a utilidade destas provas ao cumprimento de castigos federativos, como acontecia dantes.
Tive oportunidade, como treinador de juniores e adjunto de seniores, de fazer campeonatos de reservas durante cinco épocas consecutivas. Final dos anos 80, princípios de 90. Não tenho dúvidas em afirmar que parte do sucesso dos trabalhos então realizados, que permitiram a afirmação de novos valores no futebol local, deveu-se à oportunidade de competir oficialmente a meio da semana.
Deixem-me sublinhar que esta novel Liga Intercalar é uma das (poucas) decisões recentes com evidente impacto na área técnica do futebol. Devia encontrar seguidores noutras regiões e associações de futebol do país, no interesse do futebol e do jogador português.