O semanário Região Bairradina (com sede em Anadia) solicitou uma entrevista, publicada esta semana, antecedendo o jogo do Recreio de Águeda em Anadia, para a última jornada do campeonato.
P - Voltou a ingressar naquele que é, assumidamente, o seu clube do coração. O que o fez regressar, depois de ter recusado o convite feito no início da época?
R – Já disse publicamente que, no início de época, o convite não foi genuíno mas fruto das circunstâncias. Quem quiser interpretar bem as minhas palavras, fá-lo-á com facilidade. Regressei mais tarde depois de muito terem insistido e de não ter conseguido dizer não a uma situação que não me deixava indiferente. Houve também razões para dizer sim que superaram outras que apontavam em sentido contrário.
P - Hoje, em jeito de balanço, é possível dizer-se que valeu a pena regressar a casa?
R – Há, pelo menos, uma razão para pensar que valeu a pena. A situação da equipa em Janeiro não me deixava indiferente mas havia indiferença, ou antes um conformismo quase generalizado, perante um destino que se afigurava mais do que certo. A segunda volta da equipa devolveu algum do orgulho e paixão a um clube que merece muito mais pelo seu percurso histórico e por tudo quanto tem feito pelo futebol.
P - Como encara o jogo com o Anadia, na última jornada do campeonato?
R – Como todos os outros. Os jogos existem para serem abordados com o objectivo de ganhar os três pontos. Procuraremos acabar o campeonato apelando ao brio que tem caracterizado o nosso grupo.
P - Nessa partida, vai encontrar alguns jogadores que saíram do Águeda, no início da temporada, num processo algo complicado. Teme que esse factor, juntamente com a subida de divisão, possa galvanizar o seu adversário?
R – Os adversários são para serem respeitados mas nunca temidos. Temos defrontado, neste campeonato, e invariavelmente, gente conhecida do dia-a-dia, mas cada qual sabe o seu papel no jogo e honra fundamentalmente o seu trabalho.
P - Que comentário lhe merece a subida de divisão conseguida pela equipa anadiense?
R – O Anadia fez uma época surpreendente e merece amplamente esse prémio.
P - Vai continuar a ser o treinador do Águeda, na próxima temporada?
R – Vou terminar o campeonato a 20, vou sair por uns dias na semana seguinte e só depois vou pensar no que fazer a seguir.
P - Treinador de futebol desde muito jovem, conseguiu feitos notáveis e chegou a ser reconhecido a nível regional. O que falta para atingir voos mais altos?
R – Embora tenha uma atitude de permanente auto-crítica e possa ter uma opinião sobre isso, a resposta a essa questão deve ser dada por aqueles que sabem porque dão oportunidades a uns e não as dão a outros.