Dignidade na homenagem
"Grande dignidade em campo. Ninguém podia exigir mais à equipa técnica e aos jogadores. Abraço"
Esta foi a primeira de algumas mensagens que recebi após o jogo em Anadia. De um ex-atleta e actual treinador, de alguém que esteve sempre próximo nesta missão que não terminou como todos queríamos. E a quem agradeço o apoio, em especial naqueles momentos que quem anda nisto sabe que não são particularmente favoráveis.
Aos jogadores pedi que fizessem, no derradeiro compromisso de uma época difícil (tormentosa para quem a viveu desde os seus primeiros meses), que fizessem, dizia, uma homenagem ao seu trabalho, ao seu esforço e à sua capacidade de resistência mental.
Seria esse o objectivo fundamental para o jogo com o Anadia. O que se passava nos outros campos só nos poderia vir a interessar se saíssemos vitoriosos do nosso jogo.
Não saímos. Saímos tristes e destroçados. Mas conscientes de que, apesar do resultado, trabalhámos até à exaustão por um desfecho positivo. Jogámos mais e melhor, pressionámos, criámos oportunidades... Caímos com honra!
De pouco terão valido as minhas palavras no fim, num balneário despedaçado, mas senti a obrigação de me curvar perante a imensa disponibilidade dos jogadores: "Nunca me senti tão orgulhoso de vocês como hoje!"
Agradeço ao grupo - jogadores, equipa técnica (Carlos Miguel e Rui Marques) e médica (enfermeiros Miguel e Pedro). Demos a cara, fomos Homens. Lá diz Manuel Sérgio: "Mais importante que a vitória e a derrota, é a forma como se ganha e se perde".